O câncer de próstata é um dos mais frequentes na população masculina e chega atingir até 1 em cada 6 homens. O diagnóstico precoce aumenta a chance de o paciente ter um melhor prognóstico e evita as complicações mais comuns, como a incontinência e a impotência. A implicações da incontinência chegam a ser mais significativas que as da impotência, pois o homem incontinente enfrenta impactos não apenas na vida sexual, mas também no âmbito social, profissional e psicológico. O rastreamento para câncer de próstata é realizado através dos exames de PSA e toque retal, a partir dos 50 anos. É importante ressaltar que o rastreamento evita o diagnóstico tardio e, com o auxílio de exames adicionais como a ressonância magnética, tem-se a decisão de fazer ou não a biópsia da próstata. O urologista deve ponderar junto ao paciente e sua família os prós e contras da biópsia, com o objetivo de evitar o diagnóstico de tumor indolente e não deixar passar um tumor clinicamente significante. Atualmente, a evolução do diagnóstico permite a adoção de tratamentos individualizados para o câncer de próstata, dependendo da diferenciação dos graus da doença: se ela está em estágio inicial, moderado ou avançado (já tendo se espalhado para outros órgãos). Essa avaliação inicial ocorre com a realização dos exames já mencionados (PSA, ressonância) e também de cintilografia óssea. Com o resultado da biópsia, e
A data de 14 de março é celebrado o Dia Mundial da Incontinência Urinária, condição que afeta mais de 10 milhões de brasileiros, e está entre as patologias do trato urinário mais comuns no Brasil. Ao contrário do que muitos pensam a incontinência urinária afeta pessoas de todas as idades, sexo e etnias. A incontinência urinária (IU) se caracteriza por qualquer perda involuntária de urina, uma situação relativamente comum, podendo afetar até 60% de mulheres, se analisamos uma população mais idosa. Vale dizer, que nesta população mais velha, a IU também é muito comum em homens, geralmente associada com problemas da próstata. É uma condição com baixíssima taxa de mortalidade, mas que está associada com enorme perda de qualidade de vida como resultado das alterações físicas, emocionais e sexuais que proporciona. Existem tipos diferentes de IU: incontinência urinária de esforço, de urgência, mista, fístulas e transbordamento. Cada uma delas está associada com fatores de risco diferentes como gravidez e parto, menopausa, idade, cirurgias e doenças neurológicas. O tipo mais comum é a incontinência urinária de esforço, cujas causas são, principalmente, o parto vaginal e idade. É, portanto, intuitivo, pensarmos que, para uma condição que se apresenta em diversas formas e que tem fatores desencadeantes diferentes, existam algumas alternativas de tratamento. Dessa forma, IU pode ser trata
A American Urological Association (AUA) define a Síndrome da Bexiga Dolorosa (SBD)/Cistite Intersticial (CI) como uma sensação desagradável (dor, pressão ou desconforto) na região vesical (bexiga), que está associada a sintomas do trato urinário inferior com mais de seis semanas de duração na ausência de infecção ou outra causa que possa ser identificada. Como sintomas da SBD/CI, citam-se:
- Necessidade urgente de urinar, tanto durante o dia como à noite.
- Necessidade frequente de urinar, destacando-se que em casos graves de SBD/CI a pessoa pode urinar até 20 vezes por dia ou mais.
- Pressão, dor e sensibilidade na bexiga, pelve e períneo. A dor e a pressão podem aumentar à medida que a bexiga enche, e diminuir à medida que a bexiga se esvazia.
- Dor durante a relação sexual (dispareunia).
O diagnóstico da SBD/CI deve ser baseado na presença de dor pélvica crônica somada à pressão, dor ou desconforto vesical e também a um ou mais sintomas urinários, como a urgência urinária ou o aumento da frequência miccional associada ao baixo volume vesical. Outras doenças como câncer de bexiga, doenças infecciosas (infecção urinária), prolapsos (queda da bexiga), endometriose, candidíase vaginal e câncer ginecológico devem ser descartadas. O tratamento deve iniciar com orientações em relação ao diagnóstico, manejo e prognóstico da doença. O t
A relação entre a incontinência urinária (IU) e a mobilidade funcional vem sendo investigada. Há evidências de que mulheres idosas com IU apresentam maior declínio de sua mobilidade funcional (marcha e equilíbrio) quando comparadas às mulheres continentes e que tais funções se tornam ainda mais comprometidas naquelas mulheres com IU severa (Fritel et al., 2015). O comprometimento do equilíbrio postural (EP) leva a um maior risco de quedas, e a prevalência de quedas em indivíduos idosos com IU é maior quando comparada aos indivíduos sem IU (Luo et al., 2015). Em um estudo com 6.051 indivíduos com 75 anos ou mais observou-se que 810 deles (13%) relataram IU e quedas durante o ano anterior ao estudo (Wenger et al., 2010). A literatura relata que mulheres com incontinência urinária de esforço apresentam um maior deslocamento do centro de gravidade, comparadas às mulheres continentes, sugerindo-se que o EP pode estar prejudicado, aumentando o risco de quedas (Smith et al., 2008). Observa-se que mulheres com IU moderada apresentam déficit no controle postural quando comparadas às mulheres continentes e que os programas de exercícios de estabilidade postural devem ser incluídos nos programas de tratamento para mulheres com IU (Chmielewska et al., 2017). Tanto as quedas como a IU são fatores de limitação física e de impacto na qualidade de vida, pois exercem múltiplos efeitos sobre as
A Síndrome da Dor Pélvica Crônica (SDPC) é uma condição de dor que, no homem, pode causar consequências no sistema urológico, gastrointestinal, musculoesquelético, com impacto negativo na qualidade de vida geral e na atividade sexual. No sistema urológico, classifica-se a Síndrome da Dor Pélvica Crônica Urológica (SDPCU), subdividida em Síndrome da Dor Prostática/Síndrome da Dor Pélvica Crônica e Síndrome da Dor Vesical (SDV) (Clemens et al., 2014). A SDPC caracteriza-se pela presença de dor na região da próstata, na ausência de outras patologias do trato urinário inferior, por mais de seis meses, e a dor frequentemente é reportada no períneo, reto, pênis, testículo e abdômen, associada a sintomas do trato urinário inferior, com impacto social, psicológico e na sexualidade (EAU, 2016). A SDV caracteriza-se pela presença de sintomas miccionais, como aumento da frequência urinária, urgência, hesitância, sensação de resíduo pós-miccional, noctúria e disúria, na ausência de patologias do trato urinário inferior, associados ou não a sintomas de dor pélvica, dor perineal e dor lombar. Como a SDPU é multifatorial, existe a necessidade de tratamentos interdisciplinares que incluem profissionais médicos, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, entre outros. Em relação a atuação da fisioterapia, a avaliação fisioterapêutica é realizada através de uma anamnese completa, avaliação dos
No próxima sábado, dia 4 de agosto, na cidade de Brackley, no Reino Unido, Zara um paciente com diagnóstico de Cistite Intersticial (CI), também conhecida como Síndrome da Bexiga Dolorosa fará um salto de paraquedas para chamar a atenção da população quanto às dificuldades do diagnóstico e tratamento da doença. O jovem convida à todos a realizarem doações neste dia, todo o dinheiro arrecadado será enviado diretamente ao Bladder Health UK e poderá ajudar a encontrar e financiar tratamentos mais eficazes. A Cistite Intersticial é uma doença dolorosa e debilitante causando dor extrema na parede da bexiga, além de frequência e urgência miccional. A CI não tem nenhuma causa ou cura conhecida até o momento. Estudos indicam que apenas metade de todas as vítimas de CI podem trabalhar em tempo integral. Também foi observado que a qualidade de vida é bastante afetada, semelhante à de um paciente com câncer ou de diálise renal. “Eu tive problemas de bexiga desde antes de me lembrar, mas tenho experimentado a dor nos últimos 15 anos, gradualmente piorando e desfazendo, não só da minha vida, mas da minha identidade. Tenho 31 anos, amo animais, adoro viajar e explorar novos lugares. Mas, no último ano, passei mais da minha vida na cama, com muita dor para me mover, do que realmente vivendo”, relata Zara Bough. A cistite intersticial é uma doença complexa e crônica caracterizada pela irritaçã
O aparelho urinário, no corpo humano, tem função de filtrar o sangue para eliminar substâncias tóxicas e/ou excessivas, através da produção de urina. É composto pelos rins, ureteres, bexiga e uretra. A bexiga tem a função de armazenar e eliminar a urina que foi produzida pelos rins, através da uretra.
Quem controla todo esse mecanismo é o sistema nervoso, tanto o central (cérebro), como o periférico (nervos). Assim, de forma bem simplificada, a distensão da bexiga pela urina, desencadeia um reflexo, controlado pela interação entre nervos e cérebro, que vai produzir uma contração da bexiga ao mesmo tempo que um relaxamento da uretra, eliminando a urina que estava armazenada.
Tendo isto em mente, é de se esperar que se houver alguma doença acometendo o sistema nervoso, todo esse mecanismo de armazenamento e eliminação de urina não vai funcionar adequadamente, produzindo sintomas urinários.
Várias doenças neurológicas como as malformações, esclerose múltipla, traumatismos raquimedulares, doença de Parkinson, mal de Alzheimer, acidentes vasculares, etc., podem desencadear alterações miccionais como incontinência ou retenção urinária e bexiga hiperativa (aumento da frequência, incluindo a necessidade de levantar várias vezes à noite para urinar, e urgência
Dia 10 de fevereiro é o dia do atleta profissional. Mas você sabe quem é esta pessoa? O atleta profissional é aquele indivíduo que tem o esporte como sua profissão. Sua vida não é nada fácil: treinos exaustivos, competições ao final de semana, corpo dolorido, dietas, uso de suplementos, fisioterapia diária… Ufa! Neste cenário, em que o corpo é levado ao limite, surgiu, nos Jogos Olímpicos de 2016, o termo incontinência atlética. A incontinência atlética acomete mulheres jovens e que nunca tiveram partos. Ela não tem os clássicos fatores de risco para as disfunções do assoalho pélvico, como idade, paridade e obesidade. A perda de urina ocorre somente no esporte, principalmente no trampolim acrobático (cama elástica), corrida de longa distância, vôlei e basquete. O treinamento dos músculos do assoalho pélvico pode melhorar a incontinência atlética, mas deve ser ajustada a especificidade de cada esporte. Além disso, muitas destas atletas usam dispositivos vaginais, como tampões ou Pessários para minimizar a perda de urina. O atleta profissional normalmente tem uma equipe de profissionais que cuida da sua carreira e garante que o seu “instrumento de trabalho”, o corpo, esteja sempre saudável. Nutricionistas, médicos, psicólogos, fisioterapeutas, técnicos, entre outros, devem conhecer a incontinência atlética, para minimizar o impacto do exercício físico no assoalho pélvico. Bons
Qual a porcentagem dos pacientes operados de câncer de próstata que desenvolvem incontinência urinária? Em geral de 2 a 5 % dos pacientes que são operados por câncer de próstata acabam apresentando incontinência urinária. E cerca de 1% dos pacientes que são operados por doença benigna, por terem aumento prostático que ocorre com a idade. Quais as causas da incontinência urinária? A principal causa da incontinência urinária quando o paciente é operado por câncer de próstata é a deficiência esfincteriana, quer dizer, o músculo que é responsável por segurar a urina pode ser lesado durante a cirurgia da próstata. Algumas questões anatômicas facilitam a lesão ou não lesão do músculo esfincteriano. Quando músculo é lesado ele deixa de ser eficiente na contenção da urina dentro da bexiga, ou seja, o canal não consegue permanecer fechado durante a fase de enchimento da bexiga levando a um gotejamento contínuo que pode piorar quando o paciente faz algum tipo de esforço. Em uma pequena porcentagem de pacientes a incontinência urinária pode ter outra causa provocada por uma alteração na bexiga. A bexiga passa a ter pequenas contrações e quando ela tem essas pequenas contrações tem uma perda de urina ao mesmo tempo. Geralmente, quando um paciente é operado por uma doença benigna da próstata, que é o aumento prostático pela idade, essa causa, a alteração na