Incontinência urinária após cirurgia de próstata é a complicação que mais preocupa os homens.

22 de março de 2021

O câncer de próstata é um dos mais frequentes na população masculina e chega atingir até 1 em cada 6 homens. O diagnóstico precoce aumenta a chance de o paciente ter um melhor prognóstico e evita as complicações mais comuns, como a incontinência e a impotência. A implicações da incontinência chegam a ser mais significativas que as da impotência, pois o homem incontinente enfrenta impactos não apenas na vida sexual, mas também no âmbito social, profissional e psicológico.

O rastreamento para câncer de próstata é realizado através dos exames de PSA e toque retal, a partir dos 50 anos. É importante ressaltar que o rastreamento evita o diagnóstico tardio e, com o auxílio de exames adicionais como a ressonância magnética, tem-se a decisão de fazer ou não a biópsia da próstata. O urologista deve ponderar junto ao paciente e sua família os prós e contras da biópsia, com o objetivo de evitar o diagnóstico de tumor indolente e não deixar passar um tumor clinicamente significante.

Atualmente, a evolução do diagnóstico permite a adoção de tratamentos individualizados para o câncer de próstata, dependendo da diferenciação dos graus da doença: se ela está em estágio inicial, moderado ou avançado (já tendo se espalhado para outros órgãos). Essa avaliação inicial ocorre com a realização dos exames já mencionados (PSA, ressonância) e também de cintilografia óssea. Com o resultado da biópsia, exames de imagem e a cintilografia, pode-se avaliar o tamanho e a agressividade da doença e optar pelo melhor tratamento.

Dados da Sociedade Brasileira de Urologia mostram que, ainda hoje, cerca de 20% dos pacientes com câncer de próstata ainda são diagnosticados em estágios avançados. Entre diversos fatores de risco, a idade, a raça e a história familiar apresentam-se como os mais importantes.

Tumores em fase inicial, restritos à próstata, têm como objetivo do tratamento a cura do câncer. Esse tratamento pode ser realizado por cirurgia ou por radioterapia. Contudo, esse tratamento pode levar os homens a impotência ou a incontinência urinária. Com implementação de técnicas mais modernas, como a cirurgia robótica, observam-se cada vez menos essas complicações, com taxas de cura semelhantes.

A incontinência urinária atinge de 40 a 80% dos homens que realizam cirurgia para o câncer de próstata em um primeiro momento. No entanto, esse quadro melhora espontaneamente ou com o auxílio de fisioterapia em até um ano, sendo que apenas 5% dos pacientes que passam pela cirurgia vão precisar de tratamento cirúrgico para corrigir a incontinência.

Converse com seu médico.

 

Texto produzido pelo Dr. Júlio Geminiani
Urologista
Membro do Comitê Científico da ABPC BC Stuart
Campanha de Conscientização #PerderUrinaNãoÉNormal 2021
Apoio #Astellas