A Síndrome da Bexiga Hiperativa (SBH) é um conjunto de sinais e sintomas, ou seja, para um indivíduo ter o diagnóstico de Síndrome da Bexiga Hiperativa é necessário que ele apresente algumas características:
– Urgência Miccional
Exemplo: Aquela pessoa que tem um desejo súbito de urinar e precisa abandonar suas atividades e procurar avidamente por um banheiro.
A urgência miccional é caracterizada pelo desejo súbito de urinar, mas principalmente pelo medo de perder urina antes mesmo de conseguir chegar ao banheiro.
– Freqüência Urinária
Associadas a condição de urgência miccional, o indivíduo que tem SBH vai muitas vezes ao banheiro, ou seja, a cada meia hora, a cada hora ela precisa ir ao banheiro.
Esse comportamento ocorre durante o dia quanto durante a noite.
– Noctúria
A noctúria é a necessidade de acordar mais que uma vez durante a noite para urinar.
As pessoas com SBH muitas vezes não conseguem ter uma boa qualidade de sono, pois necessitam ir várias vezes ao banheiro durante a noite.
O sono interrompido repercute na qualidade de vida, certamente no outro dia, essa pessoa estará sem energia, estará indisposta e terá dificuldades para se concentrar em suas atividades pela privação do sono, sem contar com o desconforto que é a perda urinária advinda dessa situação.
A bexiga nesse caso é hiperexcitada provocando uma antecipação no desejo miccional e a ida ao banheiro, mesmo quando a bexiga não está cheia.
Uma bexiga normal é capaz de armazenar cerca de 350 – 400 mls de urina para que ai sim ela tenha a sensação de que a bexiga está cheia e ela possa ter tempo suficiente para chegar ao banheiro tranquilamente sem perder urina.
Nas pessoas com SBH o pouco que a bexiga enche cerca de 100 – 150mls é o suficiente para que ela tenha o desejo súbito de ir ao banheiro, aquela urgência, aquele desespero para conseguir chegar ao banheiro.
Acredita-se que há um desencadeamento precoce do desejo da micção, com isso, não há o comportamento fisiológico da percepção que a bexiga está aos poucos se enchendo.
De um momento para o outro acontece à urgência e a pessoa não tem outra saída a não ser a de correr para o banheiro mais próximo. Caso contrário, ela poderá perder urina, como acontece na maioria dos casos onde a bexiga hiperativa está associada à perda urinária.
Essas pessoas irão adotar estratégias como forma de prevenir que o problema ocorra causando um transtorno social, por exemplo, independente de onde elas estejam sempre estarão preocupadas onde fica o banheiro mais próximo.
Não é raro as pessoas acharem que a perda urinária é um problema comum e que com o passar da idade que irá acontecer mesmo e que não há o que fazer para ajudá-las. Que o único caminho é uma mudança no estilo de vida e a retração.
A SBH é uma doença benigna, mas, que afeta grandiosamente a qualidade de vida do indivíduo.
A SINDROME DA BEXIGA HIPERATIVA OCORRE EM HOMENS E MULHERES? EM QUE IDADE?
A Síndrome da Bexiga Hiperativa é mais frequente nas mulheres, mas afeta homens e até mesmo crianças.
Nos homens é bem menos frequente e normalmente estão associadas a um distúrbio da próstata ou alguma doença neurológica que interfere na enervação, na coordenação da bexiga por fatores neurológicos. Nas mulheres também há essa situação, mas na maioria das mulheres não há uma causa definida, ou seja, a causa é chamada de idiopática.
Crianças que tiveram Enurese Noturna, ou seja, que urinavam na cama enquanto dormiam até os 10 – 12 anos poderão apresentar pré-disposição na fase adulta a desenvolverem SBH.
POR QUE ISSO ACONTECE?
Não há uma causa pré-estabelecida, porém, há vários estudos tentando explicar o por quê de algumas bexigas serem mais irritadas, mais excitáveis.
Existe a teoria dos fatores locais, ou seja, dentro da bexiga, as musculaturas, as terminações nervosas são mais sensíveis e mais responsivas aos próprios componentes da urina, por exemplo.
As próprias toxinas na urina são irritantes da musculatura da bexiga, causando uma hipercontratividade.
Nos casos mais graves, é observado que pelo menos em parte, possa haver um componente neurológico, ou seja, as terminações nervosas que respondem ao sistema nervoso central periférico que enervam a bexiga e a uretra não estão coordenadas, não tem uma perfeita sincronização com o funcionamento da bexiga.
Outro exemplo, que pode aparecer com sintomas muito parecidos, são os casos onde há doenças neurológicas, mas, que são conhecidas como doenças periféricas, ou seja, não são coordenadas pelo sistema nervoso central, mas, sim há uma neuropatia dos nervos periféricos, por exemplo, o diabetes descompensado.
As pessoas que tem um diabetes crônico, de difícil controle poderão apresentar certo grau de lesão nervosa, repercutindo em incontinência urinária.
Outros fatores que contribuem para a excitabilidade da bexiga são os hábitos alimentares. Alimentos como bebida alcoólica, bebidas gaseificadas, cafeína, alimentos muito azedos e cítricos ou apimentados influenciam o funcionamento da bexiga.
A orientação em relação aos hábitos alimentares é o primeiro ponto que o paciente deve se atentar.
Por: Dra Maria Augusta Bortolini